sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Invariavelmente tudo passa...

Diz-se que escrever alivia… Ok.. mas aliviar o que? Se não há peso ou dor... Ou haveria?
Não sei..Talvez o peso de 2011... Talvez o peso carregado há alguns anos.... Desde 2008 mais precisamente... E a aproximação do natal me faz pensar nisso.. E fazer um balanço.. que deveria ser só meu... mas que por algum motivo que não conheço ou não ouso me revelar desejo compartilhar com todos subjetivando na rede, mesmo que quase ninguém leia esse blog.. Sei l.. Uma conversa minha comigo mesmo . Just myself by myself...
2007 foi um ano feliz.... Não lembro de ter tido um ano tão positivo como o de 2007. Certamente não esquecerei aquele ano...É.. foi doce... Sonhei com ele e aconteceu. Mudava de cidade na tentativa também de me distanciar da pessoa desastrada que eu era embora rodeada de pessoas queridas e queria tentar o novo.... E minha família me acompanhava... Quanto amor.. E isso me faz pensa r naquela frase que diz que o amor que sentem por você gera mais responsabilidade do que o amor que você sente. Uau.. E como...E agradeço a Deus por isso... E ainda agradecida... Ali me via chegando na maior idade... 18 anos e achava que por isso seria mais matura... Quanta tolice.. A maturidade mais tem a ver com o tanto de experiências que temos e o que tiramos daquilo do que com a quantidade de aniversários como dito certa vez em um texto atribuído a Shakespeare....2007... Lembro dos meus sorrisos, anseios e expectativas.... Aquele friozinho bom na barriga e um cheiro agradável vindo de algum lugar com gosto de realizações e sucesso.... Eu estava apaixonada.... Loucamente apaixonada pelo curso que havia escolhido para faculdade após o ensino médio... Começava o curso de psicologia cheia de sonhos, queria salvar o mundo, ajudar a todos e de repente me dei conta de que só teorias não bastavam nem pra ajudar a mim mesma. E conhecia a realidade tácita. Um castelo de areias desabafa e eu me dava conta de que viver era bem melhor que sonhar, que a realidade difícil e diferente daquele mundo fantasioso e encantado poderia sim ter desafios que valiam a pena mesmo que ainda com algumas crenças utópicas eu seguia, mas mais na real.. Assim diria... E continuei me apaixonando pela profissão que havia escolhido construir...
Veio 2008... E altas doses de realidade... Lembro que cheguei a escrever no diário ( sim , parece ridículo mas eu aos 19 anos ainda escrevia em diários e fazia anotações pessoais menos extensas do que essa que produzo agora) “Sempre pensei muito e vivi de menos...Considero esse momento da minha vida como o momento em que passei a pensar menos e viver mais” E ali estava eu tentando me ver lançada a uma existência comum, deixando de ser aquela maluquinha sonhadora e me arriscando a deixar o príncipe encantado e embarcar numa relação com o sapo.. É... o príncipe não ... Mas o sapo.. descobri que existia... Ok.. não lamento... Muito aprendi com ele... E principalmente que o príncipe não existia... Já passava da hora... Mas não foi tão simples... Buscava o príncipe no sapo.. acreditava que ele poderia transformar-se e nisso passaram-se 2009, 2010 2 bum 2011. Definitivamente. Por mais beijado que fosse o sapo não viraria um príncipe. Eu já havia me conformado a isso.... E tudo bem.. ser aquela princesa sem o príncipe.. O sapo bastava e gostava dele mesmo assim. Alias era algo do mais real possível: sem idealizações , sem sonhos , dia por dia... Parecia ate uma forma bonita de amar.. É amor.. essa coisa romântica que inventarm.. e parece ser bom, quando acontece.. E acontece com quem acredita.. Talvez eu não tenha acreditado tanto.. ou de mais .. E o efeito foi contrário... E a princesa era feliz com um sapo e com uma vida ao avesso a contos de fadas em que tanto acreditava... Até que descobriu-se o necessário para o fim de uma ilusão valorosa... O sapo não tinha uma única princesa... E nada poderia ser mais certeiro para concretizar o fim.. Já que mesmo todo o excesso de realidade não o tenha feito.. Essa descoberta possibilitou um fim que por vezes já havia sido tentado.. Comemorações ? Houveram muitas... Porque havia uma torcida favorável que não acreditava em contos de fadas mas também não desejavam-me menos do que uma realidade plausível. Lagrimas foram muitas, pessoas pra consolar também. E nunca pude queixar-me de ombros amigos, de solidão e de poder ficar sozinha. Houveram declarações , houveram os que pareciam príncipes encantados e que fizeram do tanto que podiam para se aproximar do patamar que havia alcançado o sapo mas nada... 2008.. 2009.. 2010.. 2011.... Conquistas profissionais.. Relacionamento cada vez mais serio entre o primeiro amor: Psicologia, família esplendida, amigos maravilhosos, pessoas a quem recorrer, lagrimas ,decepções , sorrisos , descobertas, aventuras, emoções, viagens, inovações, comemorações ,crescimento espiritual, curiosidades, peculiaridades, términos e enfim a verdade contida na frase “tudo passa”. Sim porque tudo passa... Os momentos bons, os momentos tristes e muito fica... Ficam as lembranças , as experiências.. E então você escuta que sublimou ao tentar conhecer tantas religiões diferentes.. Ok.. Um freudiano entenderia. E eu descordaria como descordo embora possa ate fazer de longe algum sentido... E ai você escuta que é uma menina, que sempre falaram muito bem de você , que você é inteligente e tudo mais mas que para consolidar-se naquilo que decidiu para vida precisava de mais maturidade, ser menos menina e mais mulher.. E aos 22 anos isso ainda não me cabia. E então marcou-se o ano de 2011 por uma serie de momentos tristes , um dos mais tristes , felizes e inusitados principalmente nos dois últimos meses.. O castelo desabou totalmente.. Contos de fadas? Não mais.... A realidade ? Legal.. As vezes ate parece mágica.. Que sonho! E talvez isso me tornasse mais mulher.. Quanta tolice! Uma menina tola acabou de escrever isso em uma linguagem fantasiosa... E essa menina que hoje é uma mulher já não sentia vontade de chorar por ter seu castelo de areia destruído por conta dos acontecimentos inusitados que revelaram os dois últimos meses do ano de 2011 mas hoje de repente, talvez com o fim de mais uma fase de idealizações novamente sentiu-se que estava triste... e por que ? porque em algum lugar dentro de si ainda queria acreditar nos contos de fadas. Mesmo após toda a destruição do seu mundinho ecantado... E como não durmirá sozinha em seu quarto porque seus avozinhos vieram passar natal em Mao e isso lhe faz muito feliz – ter uma família tao linda reunida.... não poderia chorar sem ser vista e então lembrou-se de um mecanismo terapêutico : escrever... Para aliviar ... o peso dos anos ... o peso de 2011.. que tanto pesou.. E que sera lembrado para sempre.. não com a alegria que vislumbra-se 2007 mas com um certo pesar... Ate mesmo esperançoso porque términos de ciclos indicam recomeços e de fato houveram começos e não tao somente recomeços... E aliviando pode-se voltar olhar ao redor e poder responder e transparecer estar bem de verdade quando a enorme torcida de pessoas maravilhosas que cercam perguntam se esta tudo bem e se importam de verdade possa ser respondido que sim.. Mesmo que talvez não esteja.. Afinal quanta alegria ver pessoas alegres com sua felicidade.. Então nada melhor que sustenta-la...E realmente esta tudo bem.. Totalmente diferente de tudo que foi sonhado... Mas afinal tudo passa.. As alegrias,, as melancolias ... Invariavelmente.. Seja o que for.. vai passar.. E aprender a lidar bem com isso e saber que viver é melhor que sonhar como canta Elis Regina talvez torne o 2012 um ano de realidades mais felizes. Se o mundo não acabar... Feliz natal! E ano novo também.... Tudo passa. Sempre!

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