domingo, 19 de setembro de 2010

Que seja doce, a vida enfim!

Olá turminha que - assim como eu - visualiza as subjetivações alheias blogs afora! Tanto tempo não passo por aqui... Mas hoje, a vontade de subjetivizar um pouco é tanta, que não pude deixar de compartilhar com vocês o texto a seguir.. Acredito que do brilhante Caio Fernando Abreu...

Enfim...subjetivando:

VAI PASSAR...



Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ...

Fonte: http://caiofabreu.blogspot.com/2010/09/vai-passar.html#more

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Viva e deixe viver...

Refletindo sobre morte e vida... Me peguei pensando na seguinte frase ambigua:
"Navegar é preciso... Viver não é preciso..."
Que de acordo com meu colega para a maioria dos mortais, a primeira vista, pode parecer uma tipica frase emo e suicida, mas para os conhecedores da literatura de Camões trata-se de uma frase totalmente precisa sobre a vida, visto que navegar é exato, é preciso mas viver não é exato, não é preciso. Pois viver é correr riscos, é inexato, é imprevisível e pra viver, só mesmo vivendo. Por isso agora segue um texto que achei em uma agenda minha de 4 anos atrás, que eu devo ter retirado de um dos livros do meu escritor favorito na época. Vale ler e precisar:

"É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado possa se manifestar.
Todos os dias Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual a amanhã. Mas, quem presta atenção, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Este momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
A felicidade às vezes é uma bênção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico nos ajuda a mudar, nos empurra em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo isso é passageiro, inevitável, e terminaremos nos orgulhando das marcas que foram deixadas pelos obstáculos. No futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.
Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás – porque sempre olhamos para trás – vai escutar seu coração dizendo:
'O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida'.
Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado."


¬¬
Paulo Coelho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Conta a lenda...

Ano novo, vida nova.... É assim que espero que esse ano seja... Novo e de vida nova...
Contudo o inicio de 2010 revelou surpresas não muito agradáveis, pelo contrário...Devastadoras... Logo no décimo primeiro dia do primeiro mês desse ano novo que eu torcia por bençãos, me deparei como uma das experiências mais dificeis e impactantes da vida humana: a morte. Perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida e mesmo que ja preparada há algum tempo para esse momento a gente nunca está realmente disposto a enfrentá-lo. Porém, o renascimento é algo inerente a essa situação... Acreditar em algo mais além, torna-se mais uma certeza do que apenas uma forma de consolo e esperança.
Rever conceitos , refletir sobre atitudes, pensamentos e sentimentos tornam-se também uma constante que alimentam o anseio da busca eterna de um por vir mais acolhedor.
Dai a gente se dá conta de que mais importante que qualquer circunstância e situação é a pessoa...
Sim, a pessoa, o ser humano, a alma, o espirito, a mente, a personalidade e tudo o mais que serve pra denominar essa parte imperfeita do quase perfeito que é constituida a criatura humana. Tudo isso é Tão maior....
Eu sou apaixonada pela vida e por pessoas e adoro acreditar no lado bom de todas as coisas!
Esse ano chegou a hora de enxergar o meu melhor...
Como diz a letra da musica da fantastica Legião Urbana:
"E até lá vamos viver,temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos.... O mundo começa agora...Apenas começamos"

Eu não tenho tanto pra falar, ou melhor escrever... Talvez esteja mais voltada pra meus diários secretos como de antigamente. Penso que minha ausência será cada vez sentida por intervalos de tempo maiores. Vou e volto... Mas a vida por enquanto quer prosseguir em off...

E feliz 2010... Sempre é tempo de celebrar....
Amém.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Quando a vida continua...

Love In The Afternoon
Legião Urbana
Composição: Renato Russo

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais.
Quando eu lhe dizia:
"- Me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada.
"Você sorriu e disse:"- Eu gosto de você também."
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer.
Vai com os anjos! vai em paz.
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foiCedo demais
E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais.



Lembranças eternas...
Ou enquanto o sopro de consciencia divina durar...